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Exercícios Físicos

O benefício dos exercícios físicos para a população em geral é inegável. Respeitando-se os limites do corpo e os sintomas ao se executar exercícios físicos, as reportagens baseadas em pesquisas (primeira e segunda) demonstram que quanto mais, melhor, tanto para o aumento da qualidade, quanto para a expectativa de vida.

O próprio conceito de saúde da OMS (Organização Mundial da Saúde) deixa claro a importância do bem-estar físico.

Segundo a primeira reportagem o importante é manter a regularidade de exercícios que não precisam ser intensos, mas constantes durante a vida.

No entanto, a segunda reportagem evidencia a importância da intensidade dos exercícios físicos. Nota-se que no início da edição dessa reportagem, que foi transmitida nacionalmente no dia 23/03/2009 há a seguinte sentença "23/03/09 - 11h37 - Atualizado em 25/03/09 - 11h41". Na verdade essa "atualização" deve ter sido um corte por parte do editor. Não li a reportagem antes dessa atualização, no entanto, eu vi a referida reportagem pela televisão no dia 23/03/09. A verdade é que a reportagem se baseia em um respeitável estudo britânico que conclui que a pessoa que executa em pelo menos 10 anos de sua vida exercícios intensos aumenta em 33% sua expectativa de vida, enquanto, a pessoa que executa em pelo menos 10 anos de sua vida exercícios moderados aumenta em 22% sua expectativa de vida. A maior parte da reportagem foi focada nessa conclusão, sendo a segunda parte da reportagem focada nos exercícios após os 50 anos, única parte retratada em tal edição.

Saliento ainda, que tanto o médico cardiologista Dr. Antonio Carlos de Camargo Carvalho, quanto o médico cardiologista Dr. Gílson Soares Feitosa, aprovaram verbalmente em consulta em 2009 a conclusão do respeitável estudo britânico.

 

Em relação a pesquisas com o universo de pessoas diagnosticadas com Síndrome de Marfan o médico cardiologista Dr. Antonio Carlos de Camargo Carvalho disse-me em consulta em 2009 que o Dr. Víctor da Marfan Brasil já tinha iniciado pesquisas com exercícios moderados e segundo ele, até o momento de tal consulta, os resultados eram ótimos.

 

Desta forma, pode-se inferir que para os casos de Marfan em que não haja nenhuma manifestação cardíaca (de disfunção ou início de aneurisma) e ortopédica, a orientação de exercícios deve ser plena, ou seja, igual a de qualquer outra pessoa. Todos os esportes e exercícios sem exceção são recomendados.

Na minha concepção, uma hipótese é que ao organismo funcionar melhor, a aorta se fortalece. Esse fortalecimento seria mais eficaz na prevenção do aneurima (mesmo com o efeito negativo da maior pressão sanguínea durante os exercícios intensos e hipertrofia) do que exercícios leves a moderados. Até porque, quem faz exercícios intensos e hipertrofia (musculação) embora, no momento do exercício tenha a pressão sanguínea aumentada significativamente, ela tende a baixar em repouso, assim como os batimentos cardíacos, se a pessoa realmente fizer tais exercícios durante grande parte da vida.

Desta forma eu traço 3 possibilidades:


1 – Em nenhum caso de Marfan se pode haver liberação total aos exercícios, pois estes acelerariam o aneurisma/dissecção de aorta ou problemas cardíacos.


2 - Os exercícios, enquanto não há nenhuma manifestação cardíaca (seja de disfunção ou aumento/dissecção da aorta) preveniriam tais manifestações, que ocorreriam mais tardiamente ou não ocorreriam.


3 - As duas possibilidades acima teriam suas verdades e os exercícios, enquanto não há nenhuma manifestação cardíaca (seja de disfunção ou aumento da aorta), seriam indiferentes, pois os efeitos maléficos e benéficos teriam equivalência semelhante não prevenindo nem acelerando um aneurisma/dissecção ou uma disfunção cardíaca.

 

Desta forma, caso a possibilidade 2 ou 3 se confirme, os exercícios seriam muito mais recomendados do que atualmente, pois o organismo ganha em funcionalidade, força, resistência e há uma melhora do sistema imunológico, resistindo muito mais à doenças e enfermidades e à possíveis futuras cirurgias.

Caso do cidadão “...”:

 

O cidadão “...” recebeu uma orientação pelo cardiologista desde os 7 anos de não praticar nenhum esporte de forma competitiva. O mais recomendado para ele eram esportes com baixo índice de lesão como a natação, proibida a participação em competições, e mais tarde o golfe. Hipertrofia (musculação) sempre foi veementemente contra-indicada.

 

Tal orientação aliada a proibição de fazer a cirurgia corretiva do tórax aos 16 anos (que lhe afetava moderadamente no sistema respiratório/ventilatório, o que era o bastante para lhe impossibilitar de competir adequadamente em esportes como o futebol, sem falar na negatividade estética) e a outros detalhes e fatos de sua vida e do mundo lhe levou a adotar uma atitude sedentária e a uma grande depressão, que lhe afetou por cerca de 2 anos e meio.

 

Resumindo a história, quanto aos exercícios e esportes em sua vida. O cidadão “...” lembra que fez natação na 5ª e 6ª série (97/98), depois ele parou, não se lembra de fazer algum esporte regular até o 2° ano (2002), período que fez tênis, duas vezes por semana, parou no 3° ano (2003) e voltou à vida sedentária até o meio de 2004, quando para corrigir sua postura fez Pilates até o meio de 2005. A partir daí começou a fisioterapia (a fisioterapia se baseava em executar o máximo de exercícios repetitivos possíveis e, portanto, usava uma carga de peso mais leve do que hipertrofia) utilizando uma órtese para tentar corrigir o pectus excavatum. Fez o tratamento por 3 anos. E como fazia na academia foi aos poucos incluindo hipertrofia, fez natação também, mas não levou muito a sério e jogou futebol por 1 ano e meio (excluindo-se as férias) uma vez por semana. O fato é que ao ir aumentando sempre os exercícios chegou a ficar 4 horas seguidas na academia fazendo exercícios (metade fisioterapia, metade musculação), isso quando estava bem, senão demorava mais. Acho que chegou perto de um treinamento de atleta de alto nível. No meio de 2008 parou com os exercícios e em 03/05/2010 fez a cirurgia corretiva de pectus excavatum. Detalhe importante e cruel é que o cidadão “...” teve que esperar incríveis 1 ano e 8 meses para fazer a cirurgia, desde a entrada inicial dos papéis com a solicitação e os exames no plano de saúde. Depois voltou a fazer musculação, parou, voltou, parou e fez a segunda cirurgia do tórax (27/10/2014, desta vez para retirada da barra de Nuss. As duas cirurgias foram um sucesso com correção de cerca de 90% na primeira e mantido o resultado depois da segunda, ou seja, sem nenhuma recidiva), depois passou a ter uma frequência baixa ou nula e no momento já a cerca de 1 ano e meio não freqüenta mais a academia (10/10/2016).

 

Todos seus exames cardiológicos estão normais e o cidadão não tem nenhuma manifestação de aneurisma ou disfunção cardíaca, concluindo, então, que os exercícios só lhe trouxeram benefícios e nenhum malefício do ponto de vista objetivo.

 

O tratamento com a órtese causou um inevitável isolamento social indesejável.

 

 

Atletas de alto nível com características esqueléticas semelhantes ou idênticas às pessoas diagnosticadas com  Síndrome de Marfan:

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